Líderes africanos apelam à acção urgente para evitar o impacto catastrófico da redução do financiamento contra a malária e apontam para a necessidade de uma frente unificada, durante a 79ª AGNU
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A redução do reforço financeiro do Fundo Global pode levar a mais 137,2 milhões de casos de malária e mais 337 000 mortes. Qualquer impasse que leve à redução do financiamento do combate à malária terà repercussões catastróficas, com impacto directo sobre a pobreza, crescimento económico e comércio internacional.
Nova Iorque, Setembro de 2024 – Dirigentes dos Africanos, reunidos à margem da 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), apelaram para mais esforços concertados contra a “tempestade perfeita” de crises convergentes que ameaçam deitar abaixo décadas de progresso assinalado na luta contra a malaria em África. Esta conversa informal de alto nível, organizada pela Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA), sublinhou a necessidade urgente de esforços para ultrapassar estes desafios e acelerar a eliminação da malária.
Os líderes identificaram os principais desafios que contribuem para a tempestade perfeita, incluindo problemas e défices financeiros, o impacto das alterações climáticas, o aumento da resistência aos insecticidas e antimaláricos e as catástrofes induzidas pelo clima, que por sua vez levam ao aumento das cheias e surtos da malária. Estima-se que, caso os recursos para o combate contra a malária continuarem estagnados entre 2027 e 2029, haverá mais 112 milhões de casos e até 280 700 mortes.
Este défice financeiro representa uma grave ameaça e se não for colmatado, corremos o risco de verificar um aumento significativo do número de mortes causadas pela malária.
Sua Excelência o Presidente Umaro Sissoco Embaló, Presidente cessante da ALMA.
Os líderes salientaram ainda a importância de assegurar com êxito a reconstituição do Fundo Mundial em 2025 e a priorização contínua do financiamento da luta contra a malária no âmbito dos programas do Fundo Global, a fim de evitar surtos ainda maiores. Eles têm sublinharam ainda a necessidade de uma abordagem multissectorial, incluindo colaboração com sectores como a agricultura, o meio ambiente, a exploração mineira e o turismo, para a eliminação da malária e preparação da resposta contra pandemias.
E preciso agir rapidamente para garantir $6,3 mil milhões de dólares por ano, para a erradicação da malária. Para tal temos que aumentar o investimento doméstico, e procurar novos parceiros, e integrar os esforços de combate a malária em iniciativas mais abrangentes, tais como o combate às alterações climáticas, reforço dos sistemas de saúde, expansão dos cuidados de saúde primários e o reforço do nível de preparação e resposta contra pandemias
Sua Excelência Abderaman Koulamallah, Ministro de Estado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Integração Africana, República do Tchad
Os lideres destacaram a importância de adoptar mecanismos de financiamento inovadores, incluindo a exploração de iniciativas do sector privado e o reforço as parcerias público-privadas. O lançamento dos conselhos e fundos multissetoriais e de alto nível para a erradicação da Malária e das DTN já mobilizou mais de $72 milhões do sector privado local. Estes conselhos têm facilitado a realização de campanhas nacionais de sensibilização comunitária, tendo a malária e as DTN no topo das agendas nacionais de desenvolvimento e financiamento.
Os Estados-Membros da União Africana também devem dar prioridade à saúde, tendo a malária como pioneira no financiamento da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) do Banco Mundial, para colmatar as lacunas imediatas. Do mesmo modo, os lideres exortaram para a defesa activa do reforço financeiro global suficiente para a AID, Gavi e para o Fundo Global. Estes recursos são importantes não só para a erradicação da malária, mas também para o reforço dos nossos sistemas de saúde em geral e para responder a outros desafios no domínio da saúde, tais como doenças tropicais negligenciadas (DTN) e cuidados de saúde primários.
A sessão também apelou à necessidade de informação estratégica na tomada de decisões e para a adopção de mecanismos de responsabilização, incluindo através do uso dos cartões de pontuação, que devem ser usados para garantir que cada dólar seja gasto de forma eficaz e causando o maior impacto, e atingindo as comunidades mais necessitadas.
Os nossos esforços não visam apenas combater a malária; visam proteger a saúde e o futuro de todo o nosso continente. Erradicar esta doença assassina, e o progresso nas metas contra o VIH/SIDA e a tuberculose descritas no Quadro Catalítico para acabar com o SIDA, a TB e erradicar a malária em África até 2030, vai criar as bases para a redução do fardo da saúde em África e impulsionar ainda mais a realização dos objectivos de saúde universal.
Sua Excelência Embaixadora Minata Samate Cessouma, Comissária para a Saúde, Assuntos Humanitários e Desenvolvimento Social
Para perguntas, entre em contato:
Tawanda Chisango, Chefe de Comunicações, Aliança de Líderes Africanos contra a Malária